Tenho pensado na vida. Ou melhor, nas vidas. Não quero dizer com isso que estou pensado na vida alheia, até porque não gosto de imiscuir-me na vida das outras pessoas.
     É sabido que o homem ou a mulher (e também aqueles que ainda não se decidiram), depois de uma determinada etapa ou fase do seu desenvolvimento biológico (criança, adolescente, adulto e velhice), passam a ter uma vida social ativa independentemente de suas vontades. Esclareço-me. Esse homem ou essa mulher passam a ter vidas: vida do lar, vida de coleguismo, vida de trabalho, vida estudantil, vida amorosa, vida..., vida...,vida...
     Para cada uma dessas vidas a pessoa passa a ter uma roupagem, uma mascara, uma persona. Em outra palavras, teatralidade. Isso mesmo! Vivemos de maneira teatral! Tuuudo é teatro!
     Na vida do lar, vive-se uma personagem, que não é a mesma personagem da vida de coleguismo, que não é a mesma personagem da vida de trabalho, que não é a mesma personagem da vida amorosa, que não é a mesma personagem da vida..., que não é a mesma personagem da vida..., que não é a mesma personagem da vida...
     E assim vive-se interpretando. E assim vive-se representando. E assim vamos vivendo. Tudo isso é completamente natural, imanente, intrínseco a natureza humana. A vida social seria completamente inviável, penso eu, se fôssemos a mesma pessoa, com os mesmos costumes, hábitos e vícios em qualquer lugar e em qualquer hora. Já pensou nisso?!
     Mas aonde quero chegar com todo esse papo? Bem! Até agora só falei da vida real. Não citei em momento algum a vida fictícia, a vida dos contos de fadas, a vida do mundo das novelas, onde tudo é quase perfeito. Onde o mais pobre tem uma casa para morar e com todas as mobílias necessárias para o conforto de quem mora nessa casa. Onde o mais feio é o menos bonito, enfim!
     Bom! Sem muitas delongas, quero falar da vida virtual. Isso mesmo! Estou falando da vida das redes sociais. Limito-me apenas a falar da rede social vivida pelos internautas do Facebook. É sabido, segundo a Wikipédia, que até junho de 2012, o Facebook tinha mais de 950 milhões de usuários ativos (eu estou incluído nessa estatística). Pois bem. Baseado nesses dados, temos 950 milhões de vidas virtuais. Temos 950 milhões de personagens diferentes de todas as personagens vividas  nas outras vidas, digo, as vidas reais.
     Tenho observado que, quase na totalidade dos usuários do Facebook, cada um mostra uma e apenas uma faceta de suas personalidades. Observe que quase todos,no Face, são bonitos (foto shop). Quase todos, no Face, são otimistas (frases e experiências de outras pessoas, portanto sem comprovação própria). Quase todos, no Face, são românticos e amorosos (às vezes nunca dizem: eu te amo ou a esposo(a) ou aos filhos ou  ao (a) namorado (a). Quase todos, no Face, são extrovertidos (quase nunca falam com ninguém). Quase todos, no Face, são humorados (das 24h de um dia, 23h transmitem aos outros a sua sisudez). Quase todos, no Face, são inteligentes (as frases usadas sempre são de outras pessoas realmente inteligentes). E ainda têm aqueles que falam de Deus, exaltando-O e da Bíblia, elogiando-a (mas, na maioria das vezes, nem sequer fazem uma prece a Deus ou leem um versículo sequer da Bíblia).
     Por isso, cuidado com quem você chama de amigo no Facebook ou em qualquer outra rede social, pois ele pode ser totalmente diferente do que se imagina. Fica o alerta!