Manoel Barreto

Escrever é meu divã. Escrever é meu teatro. Não me procure em minhas palavras, pois não me econtrará

Textos

POETAR
Poetar para mim

É poetizar um

Poema sem fim.

Poetar para mim

É poetizar um poema

Com início e fim.

Poetar para mim

É poetizar um poema

Que se termine pelo começo

E se inicie pelo fim.

Enfim,

Poetar, poetizar, poemizar

Ou como se queira conjugar

Esse verbo que tem tudo haver

Com o verbo amar.

Poetar para mim

É exteriorizar sentimento

Que jogado ao relento

E disperso pelo vento

Da torpeza, cauteriza

A sensibilidade da vida.

Mas, que ao poetar

O sentimento torpe

Torna-se um sentimento nobre

Que até o ser mais pobre

Ao lê-lo ou ouvi-lo

Torna-se rico e nobre.

Rico no espirito e nobre no caráter.

Enquanto existir mundo

É preciso ter,

Pessoas para poetar,

Para embelezar

Nossas vidas que vivemos

A vaguear.

Só a poesia pode representar

Um fealdade em divindade.

Só a poesia consegue extrair

Das infâmias, palavras a sorrir.

Só a poesia vê no estrambótico

Gestos exóticos.

Só a poesia vê na tempestade

O arco-íris, aliança da bondade.

Só a poesia vê no sofrimento

Degraus para o nosso crescimento.

A poesia é fogo sem calor.

A poesia é amor sem rancor.

A poesia é Eu, Tu, Ele, Nós, Vós, Eles.

A poesia é do caso reto

Ou do caso incerto.

A poesia é pronome

A poesia é nome próprio

Ou impróprio.

A poesia é tudo em nada

E nada em tudo.

Enfim,

A poesia é a restauração

Do homem e da nação.

A poesia é renovação da vida

Carcomida, insensibilidade,

Cruel ferida.
Manoel Barreto
Enviado por Manoel Barreto em 18/10/2012


Comentários

Site do Escritor criado por Recanto das Letras