PEDRO PEDREIRO
Pedro pedreiro
Não é arquiteto Nem engenheiro. Pedro pedreiro Não é nem um santo Mas carrega nas costas O peso do mundo inteiro. Pedro pedreiro Trabalha incansavelmente Ganha de tudo: calo, cansaço e Suor. Só não ganha dinheiro. Pedro pedreiro Foi à escola Não para estudar Mas para ser Pedro pedreiro. Pedro pedreiro Agora já velho lembrava Dos conselhos que dava Aos seus filhos: Zé, o padeiro; Chico, o marceneiro; Rai, o ferreiro e Pedrinho, o pedreiro. Pedro pedreiro Chorava no fundo Da alma. Quando olhava Para o futuro de Seus quatro filhos, Entrava em desespero. Pedro pedreiro Culpava-se por Não ter estudado. Pensava ele: se Tivesse estudado Hoje, quem sabe, seria Pedro, o doutor, Pedro, o arquiteto, Pedro, o engenheiro. Só não seria Pedro pedreiro. Pedro pedreiro Só não entendia Que neste mundo Só tem direito A saúde, educação e lazer Aqueles que têm dinheiro. Pedro pedreiro Mora em casa de madeira Tem uma velha geladeira E uma mesa sem cadeira. Com ele mora os seus quatro Filhos, oito netos e a Esposa, dona Maria, a lavadeira. Pedro pedreiro No leito de morte Chorava, suplicava, sonhava Que após a morte Tivesse um pouco de sorte E que pudesse descansar. Que fosse reconhecido como homem E que de lá pudesse ao menos, Pela família, rezar. Pedro pedreiro Agora no céu, no bem bom Olhava pra cá e pensava: Há tanta riqueza na terra E ainda assim, há tantos Pedro pedreiro. Pedro pedreiro Muito indignado, No céu, consulta um advogado. Por que há tanta desigualdade? Pergunta ele-, o advogado Responde-lhe: eu também Tenho pena desses pobres coitados, Mas não adianta ficar angustiado. Assim foi e assim sempre será Enquanto no coração do homem O egoísmo imperar. E além do mais é preciso A cada mandato O povo saber escolher Os seus candidatos
Manoel Barreto
Enviado por Manoel Barreto em 25/11/2012
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