Lento se vai mais um dia
E com ele se vai mais um ai!
Os pés correm em fúnebre melodia,
Canção que embala e a vida esvazia.
Os olhos almejam a luz da aurora,
Luz que apaga a treva, mas que logo vai embora.
As mãos trabalham fatigadamente pelo pão,
Pão vil! Que não sacia, que não traz satisfação.
Vai-se dia! Vai-se! Leva contigo os ais
E, por favor, não volte nunca mais!
(MANOEL BARRETO)